O que dizem as pesquisas nas empresas
11/04/2011 Deixe um comentário
- Recentemente a empresa americana de pesquisas corporativas SIROTA CONSULTING, compilou dados de cerca de 4 milhões de pesquisas realizadas em todo o mundo nos últimos 30 anos, para aferir o que determina a satisfação pessoal para os executivos. O resultado revela que a maioria vê a satisfação pessoal associada aos seguintes eventos:
-
- quando obtêm justa remuneração pelo esforço e dedicação;
- quando a empresa oferece um tratamento respeitoso;
- quando a empresa incentiva e prepara o executivo para enfrentar desafios;
- quando sentem orgulho do que fazem;
- – quando sentem que fazem parte de um trabalho de equipe.
Ou seja, as pessoas estão o tempo todo preocupadas com a sua
satisfação mas transferem essa tarefa para as empresas onde
trabalham.
- A Fundação Dom Cabral realizou pesquisa junto a 1052 executivos
das 500 maiores empresas do País. O resultado revela que 90%
dos entrevistados não está preocupado em melhorar os resultados da
empresa onde trabalha. E que 26% confessa que pretende mudar de
empresa ou de profissão quando surgir uma oportunidade. 70% afirma não estar satisfeitos com o que faz. Ou seja, as pessoas não se sentem compromissadas com os objetivos da empresa e não têm prazer com o trabalho.
- Pesquisas do ISMA – International Stress Management Association
e da Clínica Med-Rio, feitas com milhares de executivos em todo o
País, revelam que mais de 50% das pessoas confessa ter baixa
qualidade de vida, com graves problemas de saúde que afetam o
desempenho profissional. 40% dizem que se alimenta mal, dorme
mal, fumam, são sedentários e fazem uso de estimulantes ou
relaxantes (drogas lícitas ou ilícitas) no dia-a-dia. Muitos dizem
ter problemas nas relações afetivas em virtude do estresse.
- O Hospital Albert Einstein realizou levantamento junto a executivos
e constatou que cerca de 40% com idade entre 30 e 50 anos tem sérios problemas de deficiência no sistema coronariano, com riscos reais
para a saúde, o que afeta a qualidade de vida e compromete o desempenho profissional.
- O IBEHI – Instituto Brasileiro de Estudos Humanísticos Integrados,
realizou levantamento junto ao departamento de RH de sessenta
empresas de médio e grande porte em todo o País, visando saber
se os dados das pesquisas mencionadas acima são verdadeiros.
Os diagnósticos foram confirmados e as empresas demonstraram
grande preocupação com essa realidade. Muitas delas confessam
não saber o que fazer, pois a dificuldade em lidar com esse assunto
é muito grande.
CONCLUSÃO: Existe hoje um grande fosso entre aquilo que as pessoas
esperam da empresa onde trabalham e a realidade
no dia-a-dia. De um lado a empresa espera que cada um
cumpra o dever de trabalhar com afinco e dedicação para
que as metas sejam atingidas. Mas de outro, ignora que
têm um preço a pagar e que talvez ele seja muito alto.
O aumento dos custos com problemas de saúde dos
funcionários hoje é uma realidade que não pode ser
desprezada.
As pessoas querem vencer na vida e desejam atingir o
topo da carreira. Porém, o preço ( saúde) também costuma
ser bem alto. O que fazer então?
Creio que a questão do desempenho, da competência, do
talento e do sucesso, precisa ser vista do ponto de vista
da valorização do capital humano. Ou seja, a empresa
precisa entender que são as pessoas que contribuem para
os resultados. E isso é fruto da soma das capacidades
individuais dos colaboradores. Se eles não estão
satisfeitos e não se sentem felizes com o que fazem, a
performance fica comprometida e os resultados serão
medíocres.
Quanto às pessoas, ests precisam entender que devem
investir em qualidade de vida a partir de uma mudança de
atitude visando a adoção de uma nova filosofia de vida
que privilegie a satisfação “de dentro para fora”. O que elas
devem buscar é o alcance da satisfação pessoal que
resulta de uma atitude consciente frente os desafios da
carreira e da vida pessoal. Assim, investir em si mesmo é
investir na carreira e vice-versa. Ou seja, antes de pensar
em sucesso profissional, devem pensar se a sua carreira
tem algum propósito e se este propósito produz bem-estar.
Portanto, empresas e colaboradores têm um dever de casa
a fazer, pois o que está em jogo é a sobrevivência de ambos.
José Diney Matos é escritor, conferencista e consultor especialista em gestão de negócios e gestão de pessoas. É fundador e presidente do IBEHI – Instituto Brasileiro de Estudos Humanísticos Integrados.