“Homem-alfa” e Qualidade de Vida

Recentes estudos realizados por empresas de marketing e publicidade revelam uma substancial mudança no perfil do homem urbano contemporâneo. Esses estudos visam buscar informações que contribuam para estratégias de marketing capazes de vender produtos e serviços em todo o mundo. O resultado dessas pesquisas aponta para a necessidade de melhor compreender o que move o homem contemporâneo bem-sucedido e de bom poder aquisitivo.

Nas últimas duas décadas houve uma significativa mudança nos hábitos e preferências do homem urbano, o que nos leva a crer que as transformações comportamentais são muito mais complexas e abrangentes do que supomos a priori. Mesmo que os estudos realizados por agências de publicidade e propaganda possam identificar tendências e mudanças de hábitos de consumo do homem urbano contemporâneo, isso não significa assumir esse fenômeno comportamental como uma verdade sócio-cultural definitiva.

O termo homem alpha, foi cunhado pela agência de publicidade americana, Mc-Cann Ericson, para diferenciar esse novo consumidor do decantado metrosexual, que tem na vaidade sua motivação maior. Este novo homem tem hábitos de consumo específicos que provêm O desafio é o seu maior estímulo. Não a vaidade.

O homem alpha é um ávido consumidor de produtos e serviços sofisticados e inovadores. Por ser muito exigente e ambicioso, ele não se satisfaz com o lugar comum, pois seu prazer está atrelado à certeza da exclusividade. Mas, paradoxalmente, vive uma espécie de luta interna contra uma insatisfação que não tem fim, o que produz grande ansiedade. O homem alpha não quer apenas consumir, pois sua motivação está ligada a experiências existenciais desafiadoras. É movido pela adrenalina e a ansiedade é uma espécie de lei natural que o induz à conquista. O que salta aos olhos em tudo isso é que a abrangência da existência desse tipo de consumidor é maior do que possa imaginar a nossa vã filosofia, pois a tendência começa a ser imitada por amplas camadas da chamada classe média urbana, que não têm o mesmo poder aquisitivo, mas têm as mesmas aspirações existenciais do homem alpha.

Para certas pessoas, bem-estar e felicidade passaram a ser sinônimo de usufruir privilégios que só o dinheiro pode comprar. Será que bem-estar e a felicidade podem ser medidos por critérios tão frios e simplistas? Será que ninguém mais se importa com a “coisificação” do homem contemporâneo?

Quando o sociólogo canadense Marshal Mac Luhan sugeriu, nos anos 1960, que o homem urbano é produto do meio e que a sociedade de consumo acabaria por se transformar numa grande “aldeia global”, muita gente achou que era exagero. O tempo passou e tudo indica que ele estava certo. O homem alpha nada mais é do que o produto de uma sociedade que alicerçou seus valores no consumo, como saída para preencher o imenso vazio existencial que tomou conta de corações e mentes. Esse é o preço que estamos pagando pela chamada modernidade. Como sair deste círculo vicioso? Meu palpite é que por meio da filosofia podemos retomar o caminho que leva à reflexão crítica. Ao refletirmos sobre a armadilha gerada pela ansiedade exacerbada, característica primordial do chamado homem alpha, perceberemos que não faz o menor sentido continuar insistindo na possibilidade de uma felicidade prêt a porter.

José Diney Matos é jornalista, escritor, professor e conferencista. Especialista em gestão de negócios e gestão de pessoas.

O que é mente criativa

O próprio ato de pensar nos dá a certeza da existência da mente. E onde há mente há criatividade. Mas ao contrário daquilo que costumamos imaginar, não somos apenas o que pensamos, sentimos e fazemos, em que pese a importância desses eventos em nossas vidas. Ou seja, se somos capazes de refletir sobre isso é porque somos dotados de algo mais. Esse algo mais é a mente consciente, aquilo que permite que olhemos para nós mesmos como objeto de análise e reflexão, o que os estudiosos do tema denominam de metapensamento. Outra evidência desse processo é a percepção de que criar é usar a mente consciente para gerar conhecimento.

Pode parecer paradoxal, mas a consciência que temos acerca de nós mesmos resulta da angústia existencial acumulada desde o amanhecer da humanidade. É a angústia acerca de nós mesmos que propicia a curiosidade pelo novo, o que nos leva a crer não há criatividade quando não há angústia.

O mecanismo mental que nos leva à criatividade ocorre por meio de dois componentes básicos: memória e consciência. Se tivéssemos o dom da consciência, mas não exercitássemos a memória, não sentiríamos a angústia que alimenta a vontade de conhecer. O drama humano passa pela angústia existencial que resulta da conjugação desses dois fatores, consciência e memória. Este é o paradoxo que propicia a busca pelo conhecimento e gera criatividade que se transforma em inovação.

A questão do conhecimento vem sendo debatida desde os filósofos da antiga Grécia e permanece até hoje. Segundo eles, o mundo não existe para ser plenamente conhecido até porque isso seria impossível dentro do estreito caminho da razão “a priori”. Portanto, não existe a possibilidade de um conhecimento pleno, nem acerca do mundo nem acerca da natureza humana. O que existe é a possibilidade de alcançar um conhecimento aproximado das ocorrências da vida por meio da utilização do instrumental científico disponível, da percepção aguçada propiciada por uma mente aberta e atenta, e da capacidade individual para o autoconhecimento.

O século XX se caracterizou pelo debate, quase histérico, entre os defensores da natureza (evolucionismo) e os defensores da criação (criacionismo). O embate natureza versus criação, a meu ver, não passa de um falso dilema. A natureza não prevalece sobre a criação e vice-versa. Há décadas a ciência vem debatendo a questão da evolução da espécie e do comportamento humano sob a ótica dessa falsa dicotomia, o que levou o conhecimento científico a impasses inúteis.

Sabemos hoje que o comportamento é parcialmente herdado por meio dos genes, mas isso só ocorre em circunstâncias específicas e sob certas influências ambientais, mesmo porque genética não é destino. Sabemos também que o cérebro humano vem se expandindo ao longo do tempo, visando uma adaptação necessária à complexidade da evolução biológica, cultural e social do homem. Sem essa expansão não seria dado ao homem criar, acumular conhecimento e utilizar idéias. E o homem não seria capaz de inventar atividades vitais à sua sobrevivência e evolução, tais como agricultura, linguagem, escrita, comércio, medicina e tecnologia. Isso nos leva a concluir que os genes não só registram e transmitem experiências e informações, como reagem a essas experiências. Assim, não existe o embate natureza versus criação, mas natureza e criação.

Watson e Skinner criaram, na psicologia, os pressupostos teóricos (empíricos) que afirmam que o homem de fato é uma tabula rasa, onde tudo pode ser inscrito. E que tudo no comportamento humano é produto das condições ambientais e de condicionamentos voluntários ou não. O mesmo conceito foi usado na sociologia por Émile Durkhein e na antropologia por Franz Boas, visando demonstrar que a mente é moldada pela sociedade e pela cultura, e não o contrário. Trata-se de um determinismo que reduz o homem a mero resultado de processos histórico-culturais. Segundo Durkhein, a causa determinante de um fato cultural deve ser buscada entre os fatos sociais que o precederam, e não entre os estados de consciência individuais. Para Boas, a cultura é um sistema de idéias e valores disseminado pela língua e outras formas de comportamento social, e não por aspectos de natureza individual. Ambos afirmam que o comportamento criativo advém apenas de processos sócio-culturais. Essa visão prevaleceu durante quase dois séculos, até o surgimento da chamada Era do Conhecimento, onde a tecnologia e a informação passaram a determinar tendências e sugerir novas formas de abordar a questão da criatividade e da inovação.

Então, qual seria o papel da mente na criatividade das pessoas? Para os adeptos do behaviorismo existem apenas seres humanos motivados por mentes que buscam permanecer na zona de conforto daquilo que já é conhecido, o que ocorre por meio de mecanismos de condicionamento. Assim, o comportamento criativo sempre é limitado pelas condições ambientais e sócio-culturais. Minha crença é outra, pois estou certo de que cabe ao homem agir intencionalmente para que suas potencialidades aflorem e a criatividade possa ser exercida, mesmo sob eventuais fatores condicionantes. Esse poder está no cérebro e na mente, e não no ambiente que nos cerca. Capacidade mental e cerebral, de um lado, e livre-arbítrio de outro, permitem a atitude individual para o comportamento criativo. As condições ambientais também influenciam, mas não determinam.

Ser criativo é extrair o que de melhor existe nesse mecanismo de trocas construtivas entre cérebro e mente consciente. Por isso o autoconhecimento é tão importante, porque é a partir dele que damos início ao processo de conscientização que abre as portas do nosso potencial criador.

Quando cientes de nossas potencialidades, utilizamos a mente e o cérebro para extrair o que há de melhor em nós, ou seja, nossos talentos. E assim transformamos criatividade em criação, e criação em inovação.

Portanto, caro leitor, use e abuse do potencial do cérebro e da mente, por meio do uso de ferramentas capazes de liberar a criatividade e produzir inovação. Quanto aos fatores sócio-culturais que possam atrapalhar o exercício da criatividade, simplesmente não dê atenção a eles.

 

José Diney Matos é consultor especialista em gestão de negócios e gestão de pessoas. É autor do livro Bem-Estar Criativo para o Sucesso.

Potencializando o cérebro e a mente

Até bem pouco tempo o estudo do cérebro e da mente era conduzido tal qual uma seita religiosa, onde seus membros mantinham conhecimentos hermeticamente fechados aos “não – iniciados”. O senso comum via o cérebro e suas funções com algo difícil, quase místico, e por isso mesmo reservado a uma elite científica privilegiada. A terminologia utilizada pelas neurociências para descrever o cérebro mostrava-se bastante difícil ao público em geral. Isto acabou por criar um distanciamento muito grande entre conhecimento científico e senso comum.

A ausência deste conhecimento pode ser muito prejudicial, na medida em que precisamos utilizar esse conhecimento para o nosso auto-desenvolvimento. Ao mesmo tempo, trata-se de um saber que nos permite dar início ao processo de autoconhecimento, prática tão necessária nos dias de hoje.

Sabemos que só existe caminhada se há um caminho a percorrer. Devemos atingir nossas metas pessoais objetivando uma existência harmonicamente produtiva, mas precisamos ter clareza quanto ao caminho da nossa própria evolução. Para chegarmos ao autoconhecimento, é fundamental saber como o cérebro e a mente funcionam. Como ambos transformam reações químicas e estímulos nervosos em informações que interferem em nosso modo de pensar, sentir e agir. Temas como felicidade, alegria, tristeza, prazer, angústia, estresse, insegurança e medo, podem ser compreendidos a partir do conhecimento que temos acerca das funções cerebrais e sua relação com o corpo e a mente.

Não podemos esquecer que, em última instância, as funções cerebrais geram a energia mental que usamos na elaboração dos pensamentos, e que todo o nosso organismo depende do bom funcionamento do cérebro. O uso consciente dessa energia determina nossa subjetividade e singularidade, pois um cérebro não é igual ao outro, e cada um funciona de acordo com a herança genética e as influências do meio ambiente. Ao mesmo tempo, tudo isso interfere na formação da personalidade. O que somos e sentimos resulta de como usamos o cérebro e a mente.

Todo esse conhecimento pode nos proporcionar um melhor domínio sobre quem somos e como somos, visando compreender de que forma a mente humana confere a cada um de nós uma maneira singular de ver a realidade.

Vivemos um momento particularmente auspicioso no que tange às descobertas sobre o cérebro e suas funções. As neurociências vêm democratizando essa informação, tornando-a acessível a qualquer um de nós. O mínimo que podemos e devemos fazer é usar esse conhecimento, pois isso permite maximizar nossas virtudes e minimizar nossas limitações. O resultado prático desse cuidado é o aproveitamento consciente da criatividade e de todo o nosso potencial realizador.

José Diney Matos é escritor, conferencista e consultor especialista em gestão de negócios e gestão de pessoas. É fundador e presidente do IBEHI – Instituto Brasileiro de Estudos Humanísticos Integrados.

O que é Alimentação Energética?

Todos nós sabemos que a alimentação é fundamental para a manutenção da saúde e a promoção do bem-estar. Mas são poucos os que têm consciência de como isso ocorre. Segundo dados do IBGE, divulgados recentemente, o Brasil tem cerca de 35% de sua população constituída por obesos ou pessoas com o peso acima do recomendado pela OMS – Organização Mundial de Saúde. Parece que estamos optando pelo modelito “fat is beautiful” dos americanos.

O sistema digestivo processa os alimentos e os transforma em combustão que beneficia todos os nossos sistemas orgânicos. É justamente por isso que precisamos ingerir alimentos que sejam potencialmente energéticos. A alimentação está estreitamente ligada à nossa consciência corporal e ao modo como utilizamos o cérebro e a mente, pois reflete o modo como nos situamos na vida.

Sabemos que nem sempre á a fome que nos impele a ingerir alimentos. Quase sempre somos levados a comer porque estamos ansiosos, deprimidos, irados, excitados, preocupados, ou em virtude de outra emoção qualquer. Cada um de nós tem um ou mais motivos que leva ao hábito mecânico de comer. Tudo o que comemos reflete e traduz padrões que caracterizam nosso modo de ser, pensar e agir. Afinal, como diz o dito popular, somos aquilo que comemos. Portanto, comer mecanicamente é viver mecanicamente. E isso não tem nada a ver com alimentação energética, mas com instinto selvagem de sobrevivência e prazer primitivo.

Segundo a Cabala, tradição judaica milenar, é preciso ter consciência dos hábitos alimentares porque eles refletem nossas escolhas na vida e a qualidade dos nossos relacionamentos. Cabala significa “recebimento”. Portanto, a alimentação energética é uma relação de causa e efeito com a Natureza e o Universo. Então, comer se transforma num ato de troca que precisa ser realizado com absoluta responsabilidade e consciência.

Ao optarmos por uma alimentação saudável e equilibrada, colhemos como resultado prático o bem-estar do corpo e da alma. Mas se, ao contrário, continuamos aprisionados ao vício de uma alimentação mecânica e inconsciente, o fruto que colhemos é a desestabilização energética que gera a maioria das doenças.

Portanto, caro leitor, da próxima vez que sentir fome, lembre-se disso antes de comer aquele suculento Big-Mac ou a coxinha no bar da esquina.

 

José Diney Matos é escritor, jornalista, professor e conferencista. É fundador e presidente do IBEHI – Instituto Brasileiro de Estudos Humanísticos Integrados.

Bem-estar criativo para o sucesso

Por José Diney Matos

O conceito de sucesso anda meio desgastado ultimamente, em virtude do questionamento que cada um de nós faz, quase que diariamente, acerca do que seja viver com qualidade de vida. O dia-a-dia agitado e as obrigações das atividades profissionais transformam as pessoas em quase-máquinas destinadas a produzir e consumir. Agimos automaticamente e respondemos reativamente aos estímulos à nossa volta. Parece que a chamada “modernidade” nos condenou ao papel de meros atores coadjuvantes no espetáculo de nossas próprias vidas.

Cada vez mais as pessoas se vêem envolvidas pelos apelos da tecnologia, acreditando que a felicidade e o bem-estar não são mais a velha calça jeans azul e desbotada (como dizia a propaganda dos anos 70), mas o computador de última geração, o celular multi-função, ou outra maravilha tecnológica qualquer, que nos faz pensar que somos super-homens operando geringonças capazes de nos fazer sentir poderosos e auto-suficientes. É claro que a tecnologia facilita a vida de todos nós, e é para isso que ela existe. Porém, isso não significa que devemos ser escravos dela. Será que o sentido da vida pode ser encontrado num desses sites de busca disponível na Internet? Ou podemos encontrá-lo em um novo software recém-chegado no mercado? Será mesmo que existe alguma possibilidade de usufruirmos uma felicidade prêt a porter? Algumas pessoas parecem acreditar nisso.

Por outro lado, todos nós desejamos a realização pessoal e o sucesso profissional. Queremos saúde, bem-estar, conforto e alegria de viver. Ao mesmo tempo, precisamos amar e sermos amados. Todos nós desejamos ser reconhecidos e aplaudidos por alcançar metas, realizar sonhos e superar adversidades. Mas tudo isso só acontece quando estamos equilibrados e conscientes acerca do sentido que damos às nossas vidas. Do contrário, alcançamos resultados efêmeros e sucesso passageiro, uma coisa meio fake. Essa conscientização é o que se costuma chamar de autoconhecimento, mecanismo pelo qual asseguramos o equilíbrio entre aquilo que consideramos importante para alcançar o sucesso pessoal e profissional, nosso conhecimento do mundo, as ações que garantem dar sentido às nossas vidas, e a paz interna que nos traz equilíbrio e energia criativa.

Quando o oráculo de Delfos, na antiga Grécia, propunha que o homem deveria procurar conhecer melhor a si mesmo, na prática, ensinava que não basta aprender com as experiências do mundo, mas que é preciso “agregar valor” a essa vivência por meio das experiências internas (emoções e sentimentos). Mas o homem moderno insiste em ignorar essa verdade.

O despertar dos talentos e o aprimoramento das potencialidades individuais são instrumentos essenciais ao aperfeiçoamento de nossas melhores habilidades, visando alcançar o sucesso na vida pessoal e profissional. A ciência do comportamento vem estudando este assunto de modo sistemático, visando apontar caminhos para o pleno exercício das capacidades humanas. Esses estudos demonstram que não há como despertar potencialidades e aprimorar conhecimentos, quando estamos submetidos a uma espécie de bloqueio mental gerado por situações de mal-estar e angústia existencial.

A vida moderna cobra que busquemos a excelência e nos tornemos contemporâneos de nós mesmos. Para isso, precisamos estar mentalmente equilibrados e energeticamente fortes. O bem-estar criativo é isso, uma atitude positiva diante da vida, que tem início quando passamos a exercer a plenitude dos nossos talentos via processo de conscientização. Mais do que uma necessidade é uma atitude consciente e inteligente que permite que tomemos as rédeas de nossas próprias vidas.

Então mãos à obra, pois é tempo de conscientizar as pessoas para o pleno exercício do bem-estar criativo.

Extraído do site RH.com.br:

http://rh.com.br/Portal/Qualidade_de_Vida/Artigo/4154/bem-estar-criativo-para-o-sucesso.html